Principais dados publicados pelo Wikileaks Parte 3


EUA sabiam da prática de tortura na Caxemira

A diplomacia americana estava a par da prática de torturas pelas forças de segurança indianas na Caxemira (região no Noroeste da Índia), a Embaixada dos Estados Unidos em Nova Délhi foi informada em 2005 pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha de que centenas de presos estavam sendo submetidos a surras, choques elétricos e práticas de humilhação sexual.
Outros documentos, alguns de 2007, refletem a preocupação dos diplomatas americanos pelos abusos sistemáticos dos direitos humanos das forças de segurança indianas, que torturavam os detidos para obter confissões, segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, todos os setores das forças de segurança indianas utilizam a tortura, um tipo de abuso que "acontece sempre na presença de oficiais".


Chávez facilitou fuga de procurados da Espanha


Hugo Chávez facilitou a fuga em maio de 2002 de vários supostos "etarras" refugiados no país e reivindicados pela Justiça espanhola pela acusação de mais de 30 assassinatos. O atual embaixador da Espanha nos Estados Unidos, Jorge Dezcallar, relatou o caso à ex-secretária de Estado Condoleezza Rice na reunião que ambos mantiveram em Washington em 19 de setembro de 2008, pouco antes de se incorporar à representação espanhola. 
Nesta conversa, Dezcallar contou que quando era diretor do Centro Nacional de Inteligência (CNI) em 2002 foi a Caracas para se encontrar com Chávez com o objetivo de pedir a entrega dos seis membros da ETA reivindicados pela Audiência Nacional, a alta instância judicial espanhola encarregada dos crimes de terrorismo.
"Apenas quando Dezcallar saiu do encontro, compreendeu que Chávez havia gasto tempo suficiente para deixar os 'etarras' escaparem. A secretária (Condoleezza Rice) respondeu que os EUA haviam descoberto que ignorar Chávez era a melhor política e que a falta de atenção o frustrava mais que uma advertência", conclui a nota.


Máfia, corrupção e poluição no rio Níger


O delta do rio Níger na Nigéria, um dos ecossistemas mais visados do planeta com enormes reservas de petróleo, é testemunha de uma estrutura mafiosa formada por grandes petrolíferas, rebeldes e políticos corruptos.
As informações da delegação dos EUA garantem que as autoridades federais nigerianas não construíram ruas, escolas e hospitais na região com altos níveis de degradação do meio ambiente desde a chegada das companhias petrolíferas em 1960.


Uribe compara Chávez a Hitler


A Revolução Bolivariana que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tenta empreender no país é vista pelo ex-líder colombiano Álvaro Uribe como "uma ameaça comparável à de Hitler na Europa", comparação feita durante uma reunião com sete senadores dos Estados Unidos e a equipe diplomática da embaixada americana em Bogotá, segundo uma correspondência secreta datada de 2007.
Em outro telegrama, o ex-presidente colombiano destaca que Chávez poderia usar as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) "como sua milícia dentro da Colômbia para derrubar seu Governo democrático".


Compra de mísseis por Venezuela preocupa EUA


Os Estados Unidos tentaram impedir a entrega de mísseis antiaéreos russos à Venezuela em 2009 devido a preocupações de que Caracas poderia repassá-los às guerrilhas marxistas na Colômbia ou a traficantes de drogas mexicanos. 
A Venezuela - onde o presidente Hugo Chávez lidera um governo com forte sentimento contra os EUA - recebeu pelo menos 1,8 mil mísseis SA-24 da Rússia, disse o jornal, citando dados da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre controle de armas.
As comunicações secretas norte-americanas diziam que o país estava preocupado com a aquisição de armamento russo por Caracas, incluindo helicópteros, caças Sukhoi e 100 mil fuzis Kalashnikov, segundo o jornal.
O veículo citou uma informação do Departamento de Estado dos EUA de 10 de agosto de 2009 direcionada à Europa e à América do Sul dizendo que as vendas de armas russas à Venezuela somaram "mais de US$ 5 bilhões no ano passado e que elas estão crescendo".


Austrália teme guerra nuclear se Israel atacar Irã


Os serviços de inteligência da Austrália temem que Israel esteja preparando um ataque para acabar com as instalações atômicas do Irã que possa levar a uma guerra nuclear. A Austrália transmitiu essa preocupação aos Estados Unidos e ressaltou que não queria se ver arrastada ao conflito.
O Wikileaks já revelou que vários países árabes, entre eles a Arábia Saudita, pediram aos EUA para destruir o programa atômico do Irã antes que o regime dos aiatolás conseguisse a bomba.
Os EUA, de acordo os mesmos vazamentos, opina que Teerã já obteve mísseis norte-coreanos avançados que lhe permitiriam atacar capitais europeias e desenvolve projéteis de maior alcance.
Washington também crê que Israel seria capaz de realizar um ataque unilateral para destruir as usinas nucleares, mas não contempla que o vá fazer em um futuro próximo.


EUA repreenderam Espanha por retirada do Kosovo


Os EUA repreenderam o presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, por retirar as tropas do Kosovo sem antes consultar os aliados. A queixa ocorreu durante um encontro entre o vice-presidente dos Estados Unidos, Joseph Biden, e Zapatero na cidade chilena de Viña del Mar, em março de 2009, poucos dias depois do anúncio da ministra da Defesa, Carme Chacón, da retirada das tropas espanholas do Kosovo.
Um relatório do Departamento de Estado reflete que Biden "criticou a falta de consultas antes da retirada do Kosovo e pediu à Espanha que fale com os EUA antes e de uma forma mais transparente no futuro", esse mesmo documento assinala que Zapatero "defendeu a decisão, mas reconheceu que a Espanha podia ter consultado os EUA".


Uzbequistão é um país corrupto, segundo os EUA


O Uzbequistão é um país de corrupção, crime organizado, trabalhos forçados nos campos de algodão e torturas, segundo documentos diplomáticos americanos, e apesar disso os documentos revelam que os EUA tentam agradar o presidente Islam Karimov por permitir a passagem pelo país de provisões essenciais para os militares norte-americanos no Afeganistão.
Outros documentos de WikiLeaks falam da existência de corrupção em outro país da antiga URSS, Tadjiquistão, do qual dizem que está perdendo a batalha para as drogas importadas do Afeganistão. Segundo os documentos, o pior problema do Tadjiquistão é seu presidente, Emomali Rahmon: ele e sua família controlam os principais negócios do país, incluindo o maior banco, e protegem seus interesses comerciais sem levar em conta o custo para o conjunto da economia. Suas únicas exportações industriais são o alumínio e a hidroeletricidade, mas, de acordo com os diplomatas, a maior parte da receita da Tajik Aluminium Company, de propriedade estatal, vão para uma empresa "offshore" controlada pelo próprio presidente.
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