Sexta do terror (na Quarta): Especial Halloween

Boa noite leitores!
Infelizmente o Halloween não cai na Sexta, então, decidi adiantar um pouco a história dessa semana para encaixar hoje, no Dia das Bruxas.
Então, peguem pipoca, o guaraná e boa leitura!

   Era Agosto ainda, quando fiz meu aniversário de 15 anos e meu pai decidiu me dar de presente uma viagem para Disney e posteriormente Nova York (na minha opinião um grande presente). Tiramos os vistos e fizemos as reservas para viajarmos na metade de Outubro. 
   No dia 29 de Outubro, chegamos nos EUA, e, ao invés de ficarmos em Orlando para já estarmos perto dos parques da Disney, fomos para uma pequena cidade próxima chama Kissimmee, uma cidade muito simpática diga-se de passagem. Nos hospedamos no Quality Inn (que fica na própria rodovia) e fomos aproveitar nossa viagem.
   No dia 31 de Outubro, pela manhã, decidi ver como era o Halloween americano, sempre tive muita curiosidade, e, claro, queria doces também!

   Fui em uma loja no centro da cidade com meus pais e compraram uma fantasia para mim curtir um pouco no subúrbio a noite (e com a promessa para eles que não ficaria muito longe do hotel e não voltaria muito tarde).

   Por volta de 19 hrs, coloquei a fantasia e fui ser feliz pedindo doces para as pessoas (nem falava de travessura pois não tinha nada que pudesse fazer caso não me dessem doces...).
   Passei em várias casas, algumas imensas, outras mais humildes, porém na maioria já estava cheio de gente e ficava difícil de pedir doces, algo esperado. Nisso, notei uma estranha casa, parecia muito bem decorada para as festas, mas não tinha nenhuma criança indo lá. Não achando isso nada demais, fui lá e toquei a campainha. Uma simpática senhora atendeu a porta e falou "Até que enfim uma criança! Entre entre, tenho muitos doces aqui dentro", fiquei meio receoso, mas, entrei assim mesmo, ela não tinha cara que faria nada comigo e ela parecia estar sozinha, se acontecesse alguma coisa era só sair correndo ou algo do tipo.
   Ela pediu para esperar na sala, que ela traria um pote cheio de guloseimas, e ela falou para brincar com a neta dela enquanto esperava... 
   Ao ver a criança, tomei um basta susto com uma coisa, achei tão estranho que até tirei uma foto:
   No olho direito dela parecia haver uma marca ou algo do tipo, e a criança só ficava parada, me observando. Não sabia se era a atmosfera do Halloween em si ou a menina, mas estava com um pouco de medo, pensando várias coisas que aquilo poderia dizer.
   O tempo passava, e a senhora não voltava, já estava ficando chato esperar e só passava na minha cabeça sobre a menina e estar perdendo doces das outras casas, com isso em mente, levantei e me dirigi a porta para ir embora.
   Assim que me levantei da cadeira, a luz piscou, e a garota simplesmente sumiu diante dos meus olhos. O desespero bateu, e, com o susto, cai de volta na cadeira. Procurei rapidamente pela pequena por todos os lados, não a vi e sai rápido dali. Sai da sala, passei na frente da cozinha e já estava no corredor pronto pra sair daquele lugar estranho...
   A porta principal era bem chamativa, com duas partes de vidro grande nas laterais e uma maçaneta banhada a ouro muito bonita, e, ao chegar perto dela, notei várias luzes vindo de fora, parece que a coisa estava boa na rua! 
   Encostei na maçaneta e a girei, sem sucesso ao abrir a porta. O coração estava palpitando mais forte agora, o suor começou a descer da testa e eu não tinha ideia do que fazer. Procurei a chave perto da porta, e, assim como a menina desapareceu do nada, a senhora apareceu: "O que está fazendo? A chave? Não se preocupe, volte pra sala, já levarei seus doces", ela disse. Uma aura sinistra estava pairando sobre a casa. Antes de falar que iria embora, a senhora virou as costas e foi embora. Não sei se ela era meio surda ou só estava ignorando, mas pedi para ir embora pois tinha que encontrar meus pais e ela simplesmente continuou andando para a cozinha.
   Voltei à sala, e a menina estava lá, sentada onde eu estava "Por que tentou ir embora? Eu só quero brincar." disse a garotinha. Fiquei sem reação, pois ela estava com aqueles estranhos olhos arregalados mirando em minha direção, já estava muito assustado para falar alguma coisa.
   Ela se aproximou muito rapidamente, sua voz ficou mais grave "Por que tentou ir embora? Por que fugir de mim? Vamos brincar agora!" gritou ela. Ao me virar rapidamente para sair dali, bati acidentalmente na senhora, que estava com um pote cheio de papéis e que caíram no chão.
   O ambiente ficou mais frio, a criança parecia estar tremendo de raiva, a senhora rapidamente se abaixou para pegar os papéis, consegui ler rapidamente em um deles "CORRA AGORA, SALVE SUA VIDA!".
   Não pensando duas vezes, corri dali, e, no corredor, vi um local que penduravam chaves, e, por sorte, tinha algumas ali, peguei todas e disparei para a porta... Porém não consegui chegar nela, quanto mais eu corria, mais longe a porta ficava, não adiantava correr, olhei para trás e vi a menina, que estava com uma pele mais branca ainda e gritava: "POR QUE CORRE? TEM MEDO DE MIM? VAMOS BRINCAR!".
Continuei correndo, e correndo, e correndo... Até ela agarrar na minha mão "Você vai acabar como os outros... Vamos brincar." disse ela com uma voz mais baixa.
   Pareceu que fui "petrificado", minhas pernas paravam de responder, então me abaixei e sentei no chão recoberto por um tapete.  Rapidamente, ela se abaixou e sentou na minha frente "Deixe-me pensar do que vamos brincar...", enquanto ela falava, vi a senhora ao fundo, não consiga escutar o que ela dizia, mas, pela sua boca, acho que ela falou algo como "Não discuta com ela, se quer viver, obedeça.".
   Provavelmente nessa hora, já estava muito pálido, estava com vários calafrios e a menina estava na minha frente pensando, sugeri (tentei esconder meu desespero) que brincássemos de "hide-and-seek" (ou, pique-esconde). Ela não concordou, disse que eu fugiria como os outros que tentaram, e, se eu o fizesse, ficaria preso naqueles pedaços de papel que vi antes.
   Tive que me controlar muito para não entrar em desespero e começar a chorar... Estava com calafrios por todo o corpo. Ela falou para brincarmos de "blindsman's bluff" (algo como cabra cega). Ela tirou uma venda do bolso de sua calça e mandou vendar meus olhos "Se você não fizer isso, terei que prendê-lo junto com os outros."
   Ao tampar meus olhos, comecei a chorar. Ela me rodou e falou para procurá-la. Infelizmente, não conseguia sair do lugar, minhas pernas estavam totalmente paralisadas. "Venha logo, não tem graça se você ficar parado!". Mesmo assim não conseguia, estava parado ali, no meio do corredor, com os olhos tampados, chorando e pensando que iria morrer, pensando se havia alguma forma de sair dali.
   "Se não quiser ter sua alma presa nos pedaços de papel, é melhor brincar, ou, se conseguir, sair correndo até a porta" disse uma voz que parecia muito baixa, porém meu cérebro consegui processar a informação. Levantei a venda, não tinha ninguém perto, sai correndo para porta, pulei pelo vidro e sai correndo.
   Cheguei no hotel todo machucado por causa do vidro, além de muito pálido, chorando e tremendo de medo ainda. Meus pais me acolheram, fizeram várias perguntas e depois de um bom tempo fui para minha cama. Fiquei pensando em tudo que aconteceu, não conseguia tirar nenhuma das imagens da cabeça... Até que relaxei mesmo e notei que a venda ainda estava comigo. A tirei e notei que estava escrito alguma coisa em letras brancas "Obrigado por me libertar."
   Não entendi nada do que aconteceu aquela noite, e, até hoje, não sei quem falou comigo e que me deu forças para sair de lá, seja lá quem for, se estiver lendo isso, muito obrigado.
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